Hackers tem acesso a dados de Froome, Wiggins e mais atletas

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Tudo indica que o grupo de hackers russos autodenominados Fancy Bears, que há alguns dias, divulgou dados de atletas americanos, invadiu novamente o sistema da Agência Mundial Anti-Doping (WADA) e teve acesso aos dados médicos de pelo menos 25 atletas olímpicos da Alemanha, República Checa, Dinamarca, Polônia, Romênia, Rússia e Grã-Bretanha.


Conforme relatado pela TV inglesa (BBC), entre os atletas que tiveram seus dados acessados estão os ciclistas Chris Froome e Bradley Wiggins.

Autorização de Uso Terapêutico

O consumo de uma substância ou a utilização de um método proibido pela Agência Mundial Antidopagem (AMA, ou WADA em inglês) sem a Autorização de Uso Terapêutico (AUT), válida e emitida pelo órgão competente, é violação do Código Mundial Antidopagem. Esta autorização para atletas que precisam de tratamento com substâncias ou métodos proibidos pela AMA é essencial mesmo em casos de emergência, como acidentes (neste caso com autorização retroativa). Toda AUT tem prazo de validade e não é renovada automaticamente.

Para solicitar a AUT deve-se preencher os formulários com o atleta indicados no site, de posse de exames e laudos que comprovem o estado de saúde. Os documentos são analisados pela Comissão de AUT (CAUT).

Também no site é possível pesquisar pelo nome comercial de medicamentos para saber das substâncias proibidas pela AMA.

Atletas de nível internacional, que participam de competições internacionais devem solicitar uma TUE (Therapeutic Use Exemption, nome em inglês do mesmo documento), à Federação Internacional de sua modalidade.

Fonte: http://medicinadoesporte.org.br/o-doping-e-a-autorizacao-de-uso-terapeutico/

De acordo com os dados obtidos pelos hackers e divulgados, Wiggins recebeu, entre 2008 e 2013, vários avisos pelo uso sistemático de substâncias proibidas. Esse foi o período em que Wiggins conquistou, entre outros, o Tour de France, duas medalhas de ouro olímpicas e três medalhas de ouro da Copa do Mundo. O ciclista sempre justificou o uso para o combate dos efeitos da alergia ao pólen.

Wiggins durante sua vitória no Tour de France
Wiggins durante sua vitória no Tour de France

Da mesma forma, os dados de Chris Froome revelam que ele recebeu vários avisos pela presença de prednisolona entre 2013 e 2014 que sempre se justificou pelo uso de medicamentos para o tratamento de doenças respiratórias.

Chris Froome - AFP
Chris Froome – AFP

O ataque passa a ser um enorme problema para WADA que deveria ser capaz de proteger esses dados

Olivier Niggli, diretor-geral da WADA, reconheceu que “a agência está ciente de que este ato criminoso, que teve acesso aos registros médicos privados de 29 atletas, é muito complicado para os atletas que passam a ser questionados.”

Os dados porém não sugerem que qualquer um dos 29 atletas recorreram ao uso de drogas que melhoram o desempenho. E, por isso, mais uma vez, vem à tona o assunto sobre as Autorizações de Uso Terapêutico de alguns medicamentos e o possível uso irregular deles por alguns atletas.

Há muita discussão sobre esse assunto e a aparente aumento da quantidade de pessoas que se dizem doentes e que praticam esportes de alto nível deixa dúvidas sobre o uso dessa brecha no regulamento WADA para o uso desse tipo de medicamento terapeutico.

O fato é que argumenta-se que o uso terapêutico de algumas substâncias não aumentam o rendimento, mas a suspeita de que alguns atletas estão fazendo o uso excessivo e inadequado das autorizações fizeram com que elas fossem diminuídas de 239 em 2009 para apenas 13 autorizações em 2015.

A Wada informou que os hackers tiveram acesso as informações através de uma conta aberta para o Comitê Olímpico Internacional (COI), devido aos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.

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