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Olimpíadas: após 24 anos, Brasil volta a ter uma chance no ciclismo de pista

Se na estrada nossas chances são ínfimas, na pista não podemos dizer o mesmo.

O brasileiro Gideoni Monteiro vem treinando firme e tudo indica que fará uma bela apresentação no omnium, uma das provas mais complexas do programa de ciclismo de pista.

São 10 as provas que estarão presentes nas Olimpíadas do Rio na modalidade. São elas:

Medalhistas em Londres 2012:

Ouro GBR Jason Kenny
Prata FRA Grégory Baugé
Bronze AUS Shane Perkins

Medalhistas em Londres 2012:

GBR Grã-Bretanha FRA França GER Alemanha
Philip Hindes
Chris Hoy
Jason Kenny
Grégory Bauge
Michaël D’Almeida
Kévin Sireau
René Enders
Maximilian Levy
Robert Förstemann

Medalhistas em Londres 2012:

GBR Grã-Bretanha AUS Austrália NZL Nova Zelândia
Ed Clancy
Geraint Thomas
Steven Burke
Peter Kennaugh
Jack Bobridge
Glenn O’Shea
Rohan Dennis
Michael Hepburn
Sam Bewley
Aaron Gate
Marc Ryan
Jesse Sergent
Westley Gough

Medalhistas em Londres 2012:

Ouro GBR Chris Hoy
Prata GER Maximilian Levy
Bronze NZL Simon van Velthooven
NED Teun Mulder

https://www.youtube.com/watch?v=l0b6kHDZ55k

Medalhistas em Londres 2012:

Ouro DEN Lasse Norman Hansen
Prata FRA Bryan Coquard
Bronze GBR Ed Clancy

História do ciclismo de pista nas olimpíadas

O ciclismo de pista está presente nos jogos desde a sua primeira edição dos jogos modernos, em Atenas (1886) ficando ausente somente nos jogos de Estocolmo, em 1912, e é disputado em um velódromo (como se fosse uma pista de atletismo, mas feita exclusivamente para bicicletas).

Roger Kluge da Alemanha liderando uma das provas do omnium, em Londres, 2012.

A principal diferença com relação as provas de estrada é a bicicleta utilizada: nas disputas de pista a bicicleta não possuem freios e tem apenas uma marcha.

Problemas com a construção do velódromo

A construção do velódromo para as Olimpíadas do Rio desde seu início sofre com atrasos na construção, mas a Prefeitura do Rio de Janeiro garante que ele ficará pronto, mesmo com o recente rompimento de contratado com a empresa que era responsável pela obra.

Velódromo do Rio. 2016. Foto: Gabriel Heusi.

Há 2 meses do início dos jogos ainda faltam acabamentos, fachada, instalações prediais e urbanização.

Todos esses atrasos acabaram por cancelar o evento-teste que aconteceria no fim de abril. Segundo os organizadores dos Jogos, a decisão de cancelar o evento-teste foi tomada em conjunto com o Comitê Olímpico Internacional (COI) que optou pelo melhor andamento e finalização das obras.

A UCI já manifestou sua preocupação com as obras: “A UCI continua extremamente preocupada com os repetidos atrasos na construção do velódromo e já o fez saber ao Comitê organizador do Rio 2016 e ao Comitê Olímpico Internacional. Ainda há muito a fazer para que os ciclistas tenham as melhores condições de competição possível. O tempo voa mais do que nunca”.

Gedeoni Monteiro também se manifestou a respeito: “É uma pena o Velódromo não ter ficado pronto, pois seria uma oportunidade das pessoas irem se familiarizando com as provas de pista. Mas, para minha preparação, não interferiu, pois já estava no nosso planejamento fazer nossa preparação no centro mundial (na Suíça). E tenho certeza que até os jogos estará tudo pronto.”

O responsável máximo dos Jogos, Carlos Luzman, garante que o velódromo estará pronto no fim de Junho.

Os atletas nacionais devem fazer uma série de treinos de 25 a 27 de junho para testar as instalações, o sistema de cronometragem e resultados do velódromo.

Algumas estrelas que estarão no Rio

Fernando Gaviria

Nascido em 1994 no município de La Ceja, no departamento colombiano de Antioquia, Gaviria tem se destacado internacionalmente no ciclismo de estrada e pista, sendo neste último, onde seus maiores sucessos vieram.

Esse jovem colombiano de 21 anos de idade surpreendeu o mundo do ciclismo quando ainda era um desconhecido e venceu Mark Cavendish no sprint por duas vezes no Tour de San Luís, que aconteceu na Argentina, no início de 2015.

Após esse feito, foi contratado pela equipe Etixx-QuickStep (na época, a mesma equipe de Cavendish) e a partir daí vem, apesar de correr uma ou outra prova na estrada, fazendo uma preparação especial para as Olimpíadas.

Gaviria ganhou as primeiras medalhas de ouro no Campeonato Mundial Júnior, na Nova Zelândia, em 2012, onde subiu ao topo do pódio no omnium e madison.

Entre 2013 e 2014 ganhou mais quatro ouros no omnium: no Campeonato Pan-Americano, nos Jogos Sul-americanos, nos Jogos Centro-Americanos e na Copa do Mundo, passando, assim, a ser um dos melhores ciclistas do mundo nessa modalidade.

Foto: Colprensa.

Em fevereiro de 2015 veio a consagração com o título de campeão mundial do omnium, em Paris. Em julho do mesmo ano tornou-se também campeão da modalidade nos Jogos Pan-Americanos de Toronto.

Fernando Gaviria, medalha de ouro no Campeonato Mundial.

Em março deste ano, dessa vez em Londres, Gaviria mais uma vez foi o campeão mundial do omnium.

Agora o seu objetivo é tornar-se campeão olímpico.


Sir Bradley Wiggins

Sir Bradley Wiggins, campeão do Tour de France em 2012, decidiu, no ano passado, deixar um pouco de lado as provas de estrada e se dedicar à sua volta à pista onde começou sua carreira.

E como um eterno campeão, bastou um campeonato mundial para as vitórias voltarem. Ao lado de Mark Cavendish foi campeão do mundo na prova Madison no início deste ano.

Além dessa medalha de ouro, Wiggins também faturou a medalha de prata na perseguição por equipe e, assim, passou a ter 12 medalhas em Campeonatos Mundiais de Pista.

Wiggins já participou de 4 jogos olímpicos e esses serão os seus últimos. Aos 35 anos, Wiggins possui, atualmente, sete medalhas olímpicas e vem em busca de uma oitava no Rio. Se essa medalha vier ele será o maior atleta olímpico da Grã-Bretanha, à frente do companheiro ciclista Chris Hoy, outro ícone das pistas.

Bradley Wiggins. Jogos Olímpicos de Beijing, 2008, Foto: ©INPHO/Lorraine O’Sullivan

Com um currículo desses, é quase certo uma medalha.


Gideoni Monteiro

Gideoni iniciou sua carreira no ciclismo de estrada, aos 13 anos, em Aracajú (Sergipe), por influência de um tio. Após algumas vitórias, então com 15 anos, mudou-se para o interior de São Paulo, onde, em 2008, no seu primeiro ano como sub-23, foi convocado para o Campeonato Pan-Americano e acabou vencendo.

Foram anos entre o ciclismo de estrada e de pista até que, em 2013, o atleta teve o primeiro contato com o omnium.

A disputa, que envolve mais resistência, se encaixava em seu perfil por conta dos anos competindo na estrada. Além disso, existiam chances bem maiores de uma qualificação para os jogos que no ciclismo de estrada.  Em 2014, o atleta passou a se dedicar integralmente ao omnium. Foi campeão brasileiro e se qualificou para disputar as etapas da Copa do Mundo. Aos poucos, foi se adaptando ao estilo do omnium e conseguindo bons resultados.

No início desse ano, no Mundial, em Paris, Gideoni terminou em 15º no omnium e conquistou assim a classificação para as Olimpíadas.

Gideoni na disputa do Omnium. Foto: Antônio Borga/CBC

Gideoni Monteiro será o único representante brasileiro no ciclismo de pista nas Olimpíadas. Com isso, o Brasil passa a ter representantes em todas as modalidades, já que o ciclismo de pista tinha sido a única categoria na qual o país-sede das Olimpíadas não havia recebido convite de participação.

A última participação do Brasil, na modalidade, em Olimpíadas foi há 24 anos, com Fernando Louro, na prova por pontos, nos Jogos de Barcelona de 1992.

Principais resultados da carreira:

Bronze (omnium) nos Jogos Pan-americanos Toronto 2015
4º lugar (omnium) nos Jogos Sul-americanos Santiago 2014
Campeão (perseguição individual) pan-americanos (12)
Bicampeão pan-americano sub-23 (08 e 11)
Campeão (omnium) brasileiro (14)

Faltando dois meses para os Jogos Olímpicos de 2016, a estrela brasileira das pistas segue firme em sua preparação para representar o Brasil no omnium.

No início do mês o brasileiro participou do Troféu Internacional Car Anadia que aconteceu em Portugal, entre os dias 3 a 5 de Junho. No evento, que contou com a presença de atletas de alto nível do circuito europeu, Gideoni conquistou duas medalhas para o Brasil, um ouro na Prova Por Pontos e um bronze na perseguição individual.

Após sua participação em Portugal, o atleta disse estar muito feliz com sua preparação: “Estou muito feliz pois vejo que estou no caminho certo. A comissão técnica da seleção brasileira de ciclismo de pista está me acompanhando de perto, planejando cuidadosamente cada passo até os Jogos. Ainda temos muito trabalho pela frente nos próximos 60 dias, mas estou melhorando a cada dia para chegar no Rio de Janeiro em minha melhor forma”.

É aguardar pra ver!

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