Julian Alaphilippe vence a Strade Bianche

O francês Julian Alaphilippe venceu a Strade Bianche, clássica italiana que é considerada por muitos como a próxima Clássica Monumento.

As clássicas monumento são provas de um dia com quilometragem maior do que 200 km, cada uma com suas particularidades (frio, lama, pedras, subidas curtas e íngremes) e que acontecem em países que tem verdadeira devoção pelo ciclismo, como Bélgica, França e Itália. O nome “monumento” é dado a essas clássicas devido a sua história e grande prestígio. Essas provas tiveram pouca alteração de percurso ao longo dos anos e são reverenciadas pelos moradores das regiões por onde passam.

São 5 as clássicas monumento:

Milan-São Remo: Disputada na Itália, a primeira edição da prova aconteceu em 1907. É a mais longa clássica do mundo com quilometragem em torno de 290Km. Até hoje foram disputadas 107 edições, o primeiro vencedor foi o francês Lucien Petit Breton. Saiba mais sobre a prova: http://www.milanosanremo.it/

Tour de Flandres (De Ronde van Vlaanderen): Disputada na Bélgica, a primeira edição aconteceu em 1913. É conhecida pelas suas subidas duras e curtas (chamados muros). Até hoje foram disputadas 100 edições, o primeiro vencedor foi o belga Paul Deman. Saiba mais sobre a prova: http://www.flandersclassics.be/nl

Paris-Roubaix: Disputada na França, a primeira edição ocorreu em 1896. É conhecida pelos trechos de paralelepípedos. Até hoje foram disputadas 114 edições, o primeiro vencedor foi o alemão Josef Fischer. Saiba mais sobre a prova: http://www.letour.fr/paris-roubaix/

Liège-Bastogne-Liège: Disputada na Bélgica, é a mais antiga das clássicas monumentos, sua primeira edição foi em 1892 e até hoje tivemos 102 edições. O primeiro vencedor foi o belga Léon Houa. Saiba mais sobre a prova: http://www.letour.fr/liege-bastogne-liege-femmes/

Giro da Lombardia (Giro di Lombardia): Disputada na Itália, a primeira edição foi em 1905. Foram disputadas, até hoje, 110 edições. O primeiro vencedor foi o italiano Giovanni Gerbi. Saiba mais sobre a prova: http://www.ilombardia.it/

A Strade Bianche é marcada por trechos de uma espécie de terra branca, que deixam a paisagem da Toscana, junto aos ciclistas impressionantes. Esse ano foram 11 trechos de terra.

A notícia boa para os ciclistas foi que o tempo ajudou e não choveu como ano passado, mas não por isso a prova deixou de ser muito disputada.

A decisão da prova, mais uma vez, ficou para a dura rampa de Santa Caterina. Chegaram juntos Jakob Fuglsang (Astana), Julien Alaphilippe (Deceuninck-Quick Step) e o jovem belga Wout Van Aert (Lotto Jumbo-Visma).

Aert, que vem do Clyclo Cross, andou muito assim como na edição anterior quando terminou em terceiro. Ele  foi o primeiro a responder ao ataque de Fuglsang no ponto mais íngreme do nono setor de estrada de terra. Percebendo o perigo, o francês Alaphilippe saltou logo e juntou-se a eles. Logo na descida sequente os três começaram a trabalhar para se distanciarem do grupo principal que tinha cerca de 15 ciclistas.

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Van Aert parecia estar bem, revezava, mas acabou sofrendo em mais uma acelerada de Fuglsang no 10º setor, em uma subida que atingia 18% em seu ponto mais íngreme.

Apesar de sobrar dos outros dois o jovem belga não desistiu e fez o que pôde para garantir o terceiro lugar, permanecendo a cerca de 30 segundos dos líderes.

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A insistência acabou dando resultado e nos quilômetros finais quando a politicagem imperou entre a dupla que liderava, o ritmo caiu pela falta de ação dos dois e Aert acabou reconectando pouco antes da subida final, no último quilômetro da prova.

Apesar de fazer novamente parte da ponta da prova, Aert visivelmente não tinha pernas para disputar com os outros dois a vitória e então ele teve a iniciativa de tomar a frente quando iniciaram a escalada da parede final.

O clima era de muita ansiedade para saber qual dos outros dois atacaria primeiro e faltando pouco metros para o final Fuglsang disparou, mas foi prontamente respondido pelo francês que, apesar de não conseguir a ultrapassagem na subida, aguardou a parte plana de cerca de 400 metros antes do final da prova, colocou do lado e passou. Fuglsang, que havia tentado, em vários momentos, deixar Alaphilippe para trás, sabendo do perigo de levar o francês para decisão nos metros finais, não teve o que fazer.

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Ele tentou, mas não dava. o ciclista da Deceuninck-Quick Step abriu alguns metros e venceu na Piazza del Campo, a linda praça onde fica a chegada.

Foi a quarta vitória de Alaphilippe na temporada (venceu duas etapas na Vuelta San Juan e uma no Tour da Colômbia) e a quarta vitória da Quick-Step nas primeiras 4 clássicas europeias da temporada.

Fuglsang teve que se contentar com o segundo lugar e o belga Wout Van Aert com o terceiro.

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Foi a primeira participação de Julian Alaphilippe na prova.

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Feminino

Mais cedo, Annemiek van Vleuten, 36 anos, vencedora do Giro d’Italia 2018 e duas vezes campeã mundial de contra-relógio, cruzou a linha sozinha após 136 quilômetros.

Foi sua primeira grande prova desde que quebrou o joelho no campeonato mundial do ano passado, mostrando estar totalmente recuperada.

A prova começou a se desenhar faltando cerca de 35 quilômetros para o final com ataques mais determinados, com Lucinda Brand e Karol-Ann Canuel as mais animadas. 

Com tantos ataques o grupo principal acabou sendo cortado e o grupo líder passou a ter cerca de 15 ciclistas.

E foi com 11 quilômetros para a meta que Van Vleuten fez seu ataque decisivo e partiu solo para a vitória. Atrás dela, a Boels-Dolmans foi a principal equipe na perseguição, com a campeã do mundo, Anna van der Breggen, sacrificando-se na tentativa de anular a holandesa, mas sozinha não obteve sucesso.

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Van Vleuten celebrou a conquista de uma da poucas grandes provas do calendário que ainda não havia vencido.

Depois de uma guerra na subida de Santa Caterina, a dinamarquesa Annika Langvad, especialista de MTB, chegou em segundo a 37 segundos e a polonesa Katarzyna Niewiadoma a 40 segundos fechou o pódio em terceiro.

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Vídeos

Replay do feminino e masculino:

Resultados finais

Feminino

Masculino