Tiesj Benoot vence edição épica da Strade Bianche

Aos 23 anos Tiesj Benoot (Lotto Soudal) provou, mais uma vez, que os belgas são ainda melhores quando a situação da prova é adversa ao vencer a épica edição da clássica italiana Strade Bianche. 

Foi a maior conquista da carreira de Benoot que, apesar de já ter mostrado que é um excelente ciclista em provas de um dia, não estava entre os favoritos.

Mas hoje era o dia dele e mostrando muita determinação na parte final da prova ele alcançou a dupla que liderava a prova, formada por Romain Bardet e Van Aert, logo depois fez um ataque incrível no último setor de cascalho e partiu para vitória solo. Foi fantástico!

A 12ª edição da Strade Bianche teve 184 quilômetros de extensão, sendo 63 km de cascalho e, como esperado, as chuvas e temperaturas inferiores a dez graus tornaram a prova ainda mais difícil tornando as imagens dos ciclistas sujos dos pés a cabeça mais fantásticas do que as da linda região da Toscana onde aconteceu a prova.

Marcus Burghardt (Bora-hansgrohe) no grupo em que se encontravam os favoritos da prova como Peter Sagan, Michal Kwiatkowski (Team Sky) e Zdenek Stybar (Quick-Step Floors).

Caos do início ao fim!

A prova começou com uma fuga de dez ciclistas que tinha, entre outros, Pierre Latour (AG2R), Edvald Boasson Hagen (Dimension Data), Victor Campenaerts (Lotto-Soudal) e que foi neutralizada pelo grupo principal com cerca de 60 quilômetros para o final.

Imediatamente após a neutralização da fuga, pouco antes do setor Monte Sante Marie, os favoritos começaram a dar as cartas. O primeiro foi Kwiatkowski, ele buscava o seu terceiro título na prova e apertou o ritmo sendo seguido por Alejandro Valverde (Movistar), José Joaquín Rojas (Movistar), Daniel Oss (Bora-hansgrohe), Wout Van Aert (Vérandas Willems-Crelan), Søren Kragh Andersen (Team Sunweb) e Stefan Küng (BMC) . Alguns quilômetros depois Peter Sagan encostou no grupo e pouco depois o francês Romain Bardet (AG2R). Bardet que acabava de demonstrar muita força ao saltar de um grupo que já não estava tão perto, chegou e partiu para o ataque novamente. O único que o acompanhou foi tricampeão do mundo de cyclocross Wout Van Aert que fez uma prova espetacular. Os outros, principalmente os três grandes favoritos, Sagan, Kwiato e Valverde, ficaram se marcavam e deixaram a dupla abrir.

Apenas uma mostra de como foi a prova de hoje: suave! 😮

A dupla trabalhou bem junto e atrás a marcação entre Sagan, Valverde e Kwiatkowski atrapalhava o desenvolvimento do grupo que começou a se desfazer devido a vários ataques formando um novo grupo de perseguição e deixando os 3 para um terceiro grupo.

Com o impasse de quem comandaria e levaria o grupo dos líderes a dupla que liderava a prova chegou a ter, com 30 quilômetros para o final, cerca de um minuto para os perseguidores mais próximos, sendo que, para o grupo de Sagan/Valverde/Kiwiato a vantagem chegou a ser de quase 2 minutos.

Enquanto no grupo dos três grandes favoritos a politicagem continuou imperando, no grupo da frente Tiesj Benoot e Pieter Serry (Quick-Step Floors) conseguiram se desvencilhar do grupo no qual se encontravam e partiram atrás dos líderes.

Benoot e Serry estavam tirando a diferença, mas foi quando Serry acabou sobrando para ajudar o líder da equipe, Stybar, que a diferença começou a cair rapidamente.

O belga Wout Van Aert, que acabou de vencer o mundial de Ciclocross em fevereiro, atacava forte o grupo com Kwiato, Valverde, Dumoulin e cia. A batalha foi feroz, uma das provas mais duras da história!

Benoot sozinho pareceu ficara ainda mais forte e rapidamente alcançou os líderes, Bardet e Aert.

E não precisou de muito descanso, pouco tempo depois, na última subida do último setor de cascalho e atacou os dois e abriu. A principio, parecia que ele terminaria a subida e que logo depois Bardet e Aert reconectariam, mas não foi o que aconteceu. O belga acelerou e numa passada monstruosa foi aumentando cada vez mais a diferença, chegando a abrir, rapidamente, mais de 30 segundos.

Bardet e Aert tentavam, mas a pouca força que ainda tinham serviu mais para manter a diferença para o grupo de Valverde e Stybar, que vinha logo atrás, do que para diminuir a diferença para  Benoot.

E de fato foi o que aconteceu, Bardet e Aert chegaram a Piazza del Campo a última e famosa subida da prova com uma boa vantagem para os perseguidores, mas longe de Benoot que terminou com 39 segundos de vantagem sobre Bardet que conseguiu largar Aert na subida final. O atual campeão de cyclocross, Wout Van Aert, estava tão exausto que se desequilibrou no final da subida e teve muita dificuldade para conseguir remontar na bicicleta tamanho foi o esforço físico que teve que fazer durante toda a prova.

Benoot entra para a história com sua primeira vitória em uma grande clássica mundial e Van Aert provando que poderá ser, como disse seu técnico antes da Omloop, o futuro Tom Boonen.

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Melhores momentos:

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Resultados finais: