Análise: As 11 últimas etapas do Giro 2016

Chegou a hora de ver quem realmente veio para este Giro para vencer, seja na geral, seja na categoria montanha ou por pontos, ou mesmo aqueles que deixarão seu nome registrado em alguma das 11 duras etapas que ainda restam.

Vários nomes de peso desistiram da prova, como Fabian Cancellara (Trek), Marcel Kittel (Etixx), Elia Viviani e Mikel Landa (Sky), deixando o caminho livre para que outros atletas brilhem e assim as próximas etapas serão ainda mais emocionantes.

Saiba tudo sobre as 10 primeiras etapas do Giro 2016.

Veja aqui os 10 favoritos.

ETAPA 11: MODENA – ASOLO – 227KM **

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Considerada uma etapa de transição plana, onde as equipes com velocistas podem novamente sonhar com a vitória.

A única ressalva é uma subida a 20km da chegada em Forcella Mostaccin, contendo 2,9km a 7% de inclinação que pode proporcionar a formação de fugas ou de minar as pernas de velocistas mais puros.

A chegada é típica do Giro, com ruas estreitas e várias curvas, que exige além de força, muita técnica e posicionamento dos ciclistas.

Com a ausência de Marcel Kittel, a equipe Ettix-QuickStep deve colocar suas fichas em Matteo Trentin ou Fábio Sabatini, que são os embaladores de Kittel e podem surpreender em uma chegada em massa. Trentin já demonstrou isso com duas vitórias no Tour de France.

Principais Favoritos:

*** Giacomo Nizzolo  (Trek-Sagafredo), André Greipel (Lotto-Soudal)

** Caleb Ewan (Orica-GreenEdge), Grega Bole (Vini Fantini),  Sacha Modolo (Lampre)

* Heinrich Haussler (IAM Cycling),  Moreno Hofland (LottoNL-Jumbo)

ETAPA 12: NOALE – BIBIONE- 182KM *

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Plana como uma mesa, a 12a etapa pode proporcionar algum alívio para os atletas antes de enfrentar 3 etapas agressivas nas montanhas, sendo que as etapas 13, 14 serão de montanha e a 15 é uma crono-escalada, então este é um daqueles dias em que poucos querem fazer força, menos os velocistas, essses querem ir pra cima!

Com uma chegada pura, grandes chances de Andre Greipel usar toda sua potencia contra Sacha Modolo e Giacomo Nizzolo, dentre outros velocistas que precisam pontuar e assim conseguir valiosos pontos para melhorar na classificação de sprint e assim permanecer bem posicionados durante as etapas de montanha onde esta categoria muda pouco ou quase nada.

Principais Favoritos:

*** Giacomo Nizzolo  (Trek-Sagafredo), André Greipel (Lotto-Soudal), Kristian Sbaragli (Dimension Data)

** Caleb Ewan (Orica-GreenEdge), Grega Bole (Vini Fantini),  Sacha Modolo (Lampre)

* Moreno Hofland (LottoNL-Jumbo), Arnaud Demare (FDJ), Matteo Trentin (Etixx – Quick-Step)

ETAPA 13: PALMANOVA – CIVIDALE DEL FRIULI – 161KM

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Os ciclistas retornam para as montanhas, e pela primeira vez neste Giro irão enfrentar 4 montanhas categorizadas com nível menor que 2. Serão duas nível 2 e duas nível 1, sendo que a última é uma parede de 6,5km de 8% e nível 2 que termina a 13km da chegada.

Deste modo, é provável que o pelotão será selecionado desde cedo na etapa, e com uma quilometragem um pouco mais baixa (161km) será uma etapa agressiva e com as equipes levando a fundo desde os primeiros quilômetros.

A penúltima montanha, nível 1, é o Cima Porzus, com 8,6% de inclinação média e com picos de 16% que devem proporcionar ataques tanto no grupo da geral quanto em alguma eventual fuga.

E por falar em fugas, elas devem ocorrer pois as 4 montanhas distribuirão muitos pontos e em uma etapa assim um ciclista em boas condições podem levar vantagem na classificação de montanha.

Principais Favoritos:

*** Vincenzo Nibali (Astana), Esteban Chaves (Orica-GreenEDGE), Ilnur Zakarin (Katusha), Alejandro Valverde (Movistar)

** Domenico Pozzovivo (AG2R La Mondiale), Stefano Pirazzi (Bardiani-CSF)

* Rafal Majka (Tinkoff-SaxoBank), Rigoberto Uran (Cannondale), Steven Kruijswijk (Team LottoNl-Jumbo)

ETAPA 14: FARRA D’ALPAGO – CORVARA – 210KM

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Uma das etapas mais temidas do Giro 2016, a 14a etapa possui 6 montanhas categorizadas, sendo três de nível 2, duas de nível 1 e uma de nível 3. Mas o pior é que boa parte da etapa acontece em altitude, com a maior parte da etapa estando sempre a mais de 1600m de altitude, com vários momentos ultrapassando os 2mil metros.

Só para se ter uma ideia da dureza desta etapa, a equipe Movistar estudou detalhadamente o percurso em março com Alejandro Valverde e Andrey Amador, e eles ficaram impressionados. A altitude pode desempenhar um papel importante, pois com 14 etapas já percorridas e com pouco oxigênio no ar, é possível que o cansaço seja enorme e ter um dia ruim aqui é como esquecer a classificação general. Fora isso, é difícil controlar uma etapa como essa, com tantas montanhas e com o pelotão reduzido com poucos gregários. A Astana costuma colocar pressão em dias assim, e eles vão pra cima.

É dia de ver os melhores em ação! O vencedor do Giro começa a se desenhar.

Principais Favoritos:

*** Alejandro Valverde (Movistar), Esteban Chaves (Orica-GreenEDGE), Ilnur Zakarin (Katusha)

** Vincenzo Nibali (Astana), Domenico Pozzovivo (AG2R La Mondiale), Stefano Pirazzi (Bardiani-CSF)

* Rafal Majka (Tinkoff-SaxoBank), Rigoberto Uran (Cannondale)

ETAPA 15: CASTELROTTO – ALPE DI SIUSI – 10,8 KM

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Novidade esse ano, a crono-escalada irá demandar muita força dos atletas e com quase 800 metros de desnível é como sair de Santos e chegar ao alto da serra do mar em apenas 10km, ou seja, a subida é dura!

É dia dos escaladores brilharem, e dia dos passistas e velocistas sofrerem. Se ainda houver algum passista de elite bem colocado na classificação geral, este vai ter que se transformar. Os colombianos Rigoberto Uran (Cannondale) e Esteban Chaves (Orica-GreenEDGE) terão a oportunidade de melhorar sua classificação e continuar em busca do sonhado pódio, eles são a esperança da América do Sul neste Giro.

No Giro de 2013, Vincenzo Nibali andou muito na crono-escalada e ampliou sua liderança na classificação geral, ele tem grandes chances de fazer a diferença aqui.

Principais Favoritos:

*** Vincenzo Nibali (Astana), Esteban Chaves (Orica-GreenEDGE), Ilnur Zakarin (Katusha), Steven Kruijswijk (Team LottoNl-Jumbo)

** Domenico Pozzovivo (AG2R La Mondiale), Stefano Pirazzi (Bardiani-CSF), Alejandro Valverde (Movistar)

* Rafal Majka (Tinkoff-SaxoBank), Rigoberto Uran (Cannondale)

ETAPA 16: BRESSANONE – ANDALO – 132 KM

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Após o terceiro e último dia de descanso os atletas enfrentam uma montanhosa e explosiva etapa. Ela acontece próximo à divisa com a Áustria e apesar de ser em solo italiano, os habitantes de Bressanone falam alemão em sua grande maioria, que coisa não?!

No pelotão, é dia de ver as melhores equipes protegendo seus líderes, pois o final promete muitas emoções. Os últimos quilômetros contam com uma subida de categoria 2 que termina a 8 km do final, e dela os ciclistas têm uma pequena descida e a chegada é em uma subida de categoria 3, que possui 7 km de extensão e alguns picos com 9% onde podem sair fugas.

Dia complicado e temido na geral! Mas ainda não é a etapa rainha.

Principais Favoritos:

*** Vincenzo Nibali (Astana), Esteban Chaves (Orica-GreenEDGE), Ilnur Zakarin (Katusha), Alejandro Valverde (Movistar)

** Domenico Pozzovivo (AG2R La Mondiale), Stefano Pirazzi (Bardiani-CSF)

* Rafal Majka (Tinkoff-SaxoBank), Rigoberto Uran (Cannondale), Steven Kruijswijk (Team LottoNl-Jumbo)

ETAPA 17: MOLVENO – CASSANO D’ADDA – 197 KM

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Etapa plana, que deve ser um dia mais tranquilo para os atletas da CG (classificação geral), mas um dia de batalha para os velocistas. Após mais alguns dias os atletas chegam em Milão, e esta é a penúltima chegada em sprint, então a briga vai ser grande!

Como nas outras etapas em estrada, a chegada proporciona bonus de 10, 6 e 4 segundos para os 3 primeiros, e chegadas intermediárias (pontos de sprint) valem 3, 2 e 1 segundos respectivamente. Se a classificação geral estiver apertada é provável que algum atleta da geral se aventure em algum sprint se não houve fuga no momento.

Principais Favoritos:

*** Giacomo Nizzolo  (Trek-Sagafredo), André Greipel (Lotto-Soudal)

** Caleb Ewan (Orica-GreenEdge), Sacha Modolo (Lampre), Matteo Trentin (Etixx-QuickStep)

* Heinrich Haussler (IAM Cycling),  Moreno Hofland (LottoNL-Jumbo), Grega Bole (Vini Fantini)

ETAPA 18: MUGGIÒ – PINEROLO – 240 KM

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A etapa mais longa do Giro 2016 é mista, mas exige tanto na quilometragem quanto na altimetria, principalmente pela subida de cat 2 em Pramartino a 18km da chegada, que deve exigir muito das pernas cansadas dos atletas após uma etapa tão longa e numa terceira semana de competições. A subida tem 5km de extensão e 10,5% de inclinação média.

As fugas devem surgir nesta etapa, com passistas como Alessandro de Marchi (BMC), Mathias Brandle (IAM) e atletas de equipes como a Sky que não tem mais ciclistas na CG para defender, como é o caso de fortes atletas como Nicola Roche e Mikel Nieve.

Com 2,5km para o final há uma subida de 500m e 13,2% de inclinação média que deve ser o golpe de misericórdia para a vitória

Principais Favoritos:

*** Alessandro de Marchi (BMC), Mathias Brandle (IAM Cycling), Priemislaw Niemec (Lampre-Merida)

** Nicola Roche e Mikel Nieve (Sky), Darwin Atapuma (BMC), Adam Hansen (Lotto-Soudal)

* Vincenzo Nibali (Astana), Domenico Pozzovivo (AG2R La Mondiale), Stefano Pirazzi (Bardiani-CSF)

ETAPA 19: PINEROLO – RISOUL – 162 KM

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A penúltima etapa de montanha do Giro é a primeira que possui uma subida com categoria HC (Hors Concours), ou seja, o nível mais alto possível de dificuldade, que é o Colle dell’Agnello. A subida é tão dura e longa que é considerada o Cima Coppi de 2016, ou seja, o ponto mais alto que esta edição da competição irá atingir, aos 2744 metros de altitude, em 21km de escalada e quase 1500m metros de ascensão, mas isso é apenas a primeira parte da etapa.

A chegada em Risoul em território Francês, é na montanha, e é muito aguardada tanto pela sua dificuldade, quanto pelo impacto que deve causar na classificação geral, o vencedor do Giro 2016 já estará com uma das suas mãos no tão sonhado Troféu.

Vincenzo Nibali conhece bem a chegada em Risoul, onde ele venceu uma etapa no Tour de France de 2014, onde ele foi o campeão geral.

Principais Favoritos:

*** Vincenzo Nibali (Astana), Ilnur Zakarin (Katusha), Alejandro Valverde (Movistar)

** Domenico Pozzovivo (AG2R La Mondiale), Stefano Pirazzi (Bardiani-CSF), Esteban Chaves (Orica-GreenEDGE)

* Rafal Majka (Tinkoff-SaxoBank), Rigoberto Uran (Cannondale), Steven Kruijswijk (Team LottoNl-Jumbo)

ETAPA 20: GUILLESTRE – SANT’ANNA DI VINADIO – 134KM

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A etapa rainha do Giro 2016 possui 3 subidas de categoria 1, e uma chegada complicada em Santanna di Vinadio, em uma subida de categoria 3 mas que deve definir o vencedor do Giro 2016.

Muitas batalhas são esperadas para esta etapa que acontece em 90% do tempo em território francês e onde os atletas devem deixar tudo o que ainda há nas pernas. É dia do líder brigar do começo ao fim da etapa pela camisa rosa, ou daqueles que ainda sonham com a vitória de lutar bravamente por ela.

Dia também daqueles atletas que buscam terminar bem na geral, e a briga entre os 20 primeiros na CG é intensa. Todos querem terminar neste patamar, no currículo isso vale um novo contrato ou um aumento substancial no salário, então a briga vai ser grande.

Ano passado, Alberto Contador pregou na penúltima etapa, só para ter uma ideia de como foi a briga, a Astana fez de tudo para quebrar o grande atleta espanhol e conseguiu! Mas isso não foi o suficiente para tirá-lo da liderança e do título no Giro.

A etapa só não é mais dura devido à distância mediana de 134km, o que deve torná-la ainda mais agressiva e explosiva.

Principais Favoritos:

*** Vincenzo Nibali (Astana), Ilnur Zakarin (Katusha), Alejandro Valverde (Movistar)

** Domenico Pozzovivo (AG2R La Mondiale), Stefano Pirazzi (Bardiani-CSF), Esteban Chaves (Orica-GreenEDGE)

* Rafal Majka (Tinkoff-SaxoBank), Rigoberto Uran (Cannondale), Steven Kruijswijk (Team LottoNl-Jumbo)

ETAPA 21: CUNEO – TURIN – 163 KM

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A última etapa de todo Gran Tour é uma grande festa, e no Giro 2016 não deve ser diferente. A felicidade de ver o grande vencedor da volta é grande e milhares de pessoas vão às ruas para saldar os atletas.

A competição apenas se inicia quando os atletas chegam ao circuito em Milão e 99% de chances de ir para um grande sprint. Aquele 1% é quando algum atleta bruto ainda consegue escapar em alguma fuga e vencer, como foi o caso de Iljo Keisse (Etixx-QuickStep) que venceu na companhia de Luke Durbridge (Orica-GreenEDGE) no ano passado e que acabou com as esperanças dos velocistas de vencer a grande final.

Após a etapa, aquele merecido descanso dos atletas com suas famílias e aquele churrasco nas equipes (com cerveja!), pois até mesmo os ciclistas de um Gran Tour não são de ferro!

Esperamos vocês até o próximo e maior GT da temporada: o Tour de France!

Principais Favoritos:

*** Giacomo Nizzolo  (Trek-Sagafredo), André Greipel (Lotto-Soudal)

** Caleb Ewan (Orica-GreenEdge), Sacha Modolo (Lampre), Matteo Trentin (Etixx-QuickStep)

* Heinrich Haussler (IAM Cycling),  Moreno Hofland (LottoNL-Jumbo), Grega Bole (Vini Fantini)

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