Mundial de estrada: Mark Cavendish está pronto para a batalha

Esta matéria tem o apoio delogo-bici

Talvez, um dos ciclistas mais controversos do pelotão, e com maiores chances de vencer o próximo mundial de estrada em Doha, seja o britânico Mark Cavendish. Ele vem de uma temporada muito forte na qual foi campeão mundial na prova de Madson (velódromo), fazendo dupla com Bradley Wiggins, venceu 4 etapas no Tour de France, e foi prata na prova de Ominium nos Jogos Olímpicos do Rio. Não satisfeito, ele se diz mais preparado do que nunca para encarar os melhores velocistas do mundo em Doha, e isto é apenas por um motivo: a chegada deve ser levada para o sprint.

Não é por menos, a última vez em que a chegada foi para o sprint em um mundial foi em 2011, e Mark Cavendish bateu o martelo, sagrando-se em Copenhague e mostrando a todos o porquê ele era considerado imbatível naquele tipo de circuito e de chegada, similares aos que serão enfrentados em Doha.

000_par6539416_670
Cavendish vencendo o Mundial de Copenhague em 2011, e em sua sombra está um desconhecido de capacete verde: Peter Sagan. Os dois medirão forças este ano, vai ser épico!

“Se eu fosse correr sozinho não teria chances, mas estaremos com uma equipe muito unida e bem preparada, então acredito que tenho chances”. A afirmação de Cav não é por menos, o trem embalador da Grâ-Bretanha é de botar inveja em qualquer equipe, conta com vários ciclistas de passo forte e especialistas em clássicas, como Geraint Thomas, Alex Dowsett, Ian Stannard, Luke Rowe e Stephen Cummings.

Segundo o técnico de Cav, os treinos tem sido intensificado nas últimas semanas, após o Tour da Grâ-Bretanha, e foram feitos treinos longos com mais de 200km e com vácuo de moto para dar velocidade ao atleta. “É difícil simular as condições que encontraremos no Qatar, que possui uma geografia peculiar, composta por clima desértico e longas planícies, mas procuramos evitar as subidas e fazer um bom trabalho de fortalecimento para dar potência para o sprint”.

sptdw4044_670
A prata conquistada na prova de Ominium nos Jogos do Rio está longe de ser uma decepção para o atleta, mostrou sua polivalência e constância ao longo da temporada, que tem sido fenomenal (Tim De Waele).

A prova consiste de mais de 250km, como todo mundial, e será inteiramente plana, um verdadeiro festival para os velocistas. Mas, se enganam aqueles que pensam que será uma prova fácil, pois as temperaturas devem ficar acima dos 40 graus e o vento deve desempenhar um papel enorme na estratégia da prova. Os velocistas terão de ser muito bem resguardados, para não se sobrecarregarem e perderem potência para o final. A média horária deve passar fácil dos 45km/h, o que deve demandar muito dos gregários, e alguns times com atletas mais polivalentes podem tentar quebrar o bloco e a coisa pode ficar realmente complicada se isso acontecer.

Cavendish é o primeiro líder do Tour 2016
Cavendish venceu a abertura do Tour de France 2016 e foi o primeiro a vestir a disputada camisa amarela.

“Vencer o mundial no velódromo e na estrada é algo que ainda não foi feito no ciclismo, mas acredito que seja possível conciliar as duas modalidades com muito trabalho”, Cav tem tido uma temporada longa, que começou ainda em 2015, onde começou sua preparação no velódromo e na conquista da vaga, ao lado de Wiggins, para competir no Mundial de Pista. A briga foi grande com vários atletas de peso de seu país que estavam cotados para assumir o posto. É até engraçado notar isso, mas até mesmo um cara como o Cavendish, tem que conquistar seu espaço, independente do momento ou da idade, diferente do que vemos em várias modalidades, mas é apenas justo, colocar para competir apenas quem está em seu auge.

Cycling : 100th Tour de France 2013 / Stage 5 Arrival / Mark Cavendish (GBr) Celebration Joie Vreugde / Edvald Boasson Hagen (Nor)/ Peter Sagan (Svk)/ Cagnes-Sur-Mer - Marseille (228,5 Km)/ Ronde van Frankrijk TDF / Rite Etape (c)Tim De Waele
Cav vencendo a chegada do Tour de 2013 sobre Sagan, Greipel, Kristoff e cia. Todos estarão no Mundial de Doha (Tim de Waele).

Após a conquista do mundial de Madson, Cavendish voltou seu foco para o Tour de France, onde e Dimension Data montou um trem embalador competente e bem preparado, trazendo Bernard Eisel da Sky, e contou com o apoio de Mark Renshaw e Edvald Boasson Hagen, primordiais nas vitórias, que agora são 30 na carreira do atleta, o maior vencedor da história do Tour.

Com isso, podemos dizer que será um mundial complicado, mas Cav tem várias cartas para jogar, um bom time, a moral alta, está muito bem preparado, e o circuito possui as suas características. Mas, a verdade é que, apenas  no dia é que saberemos quem é quem, a batata vai assar!

Confira a chegada de Cavendish em seu título mundial de 2011:

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*