Europeus chocados com o nível das provas na Colômbia

Na etapa de ontem da Colômbia Oro y Paz, terminando na montanha, algo chamou a atenção dos presentes: nenhum europeu conseguiu acompanhar os colombianos que duelavam pela vitória e pela camisa de líder da competição!

A chegada foi decidida entre Rigoberto Uran (EF-Cannondale), Nairo Quintana (Movistar), Sergio Henao e Egan Bernal (Team Sky), enquanto astros como Julian Alaphilippe (QuickStep), Jetse Bol (Manzana), TJ Eisenhart (Holowesko-Citadel), Hugh Carthy (EF-Cannondale) e muitos outros sofriam para chegar ainda com chances de brigar pelo top10 na geral.

Mesmo com a presença de 90 ciclistas de fora da Colômbia, em sua maioria europeus e americanos, entre os 40 primeiros, 32 eram colombianos, ou “escarabajos”, que é como a imprensa de lá chama seus ciclistas desde a década de 80, quando o esporte explodiu no país com a vitória de Lucho Herrera na Vuelta a España de 1987.

O narrador da Oro y Paz, transmitida a todo o mundo pelo site da competição ao vivo e gratuitamente ( \o/ ), gritava no microfone o que todos os latino-americanos já sabiam, que o ciclismo colombiano tem os melhores escaladores do mundo! E não foi apenas na montanha que o ritmo da Oro y Paz surpreendeu, pois nas três primeiras etapas planas, vencidas pelo sprinter “prata da casa” Fernando Gaviria (QuickStep), a velocidade média das etapas chegou fácil na casa dos 46 km/h, algo realmente assustador!

“Viemos para pegar ritmo e presenciar esta grande festa do ciclismo colombiano, que tem um povo apaixonado pelo ciclismo!”, afirmava Jonatan Castroviejo (Sky), outro grande nome presente na prova, que também se disse impressionado pelo nível que chegou o ciclismo latino.

Os colombianos não perdem as competições e acompanham de perto seus ídolos!

Depois de uma grande exibição dos argentinos no Tour de San Juan, no qual vimos grandes equipes europeias “caçando” os latinos nas etapas de montanha, nos fazendo relembrar bons tempos de Alex “meio quilo” Diniz e Kleber Ramos, que já duelaram com grandes nomes como Quintana e Contador em terras argentinas, o ciclismo tem nos presenciado com grandes surpresas e ótimos exemplos de que com dedicação e um mínimo de investimento, é possível ver a modalidade crescer em qualquer país.

A palavra “mínimo” pode até soar estranha em um esporte em que as bicicletas estão cada vez mais caras, mas quando vemos um ciclista como Gonzalo Najar atacando monstruosamente os europeus e vencendo a geral do Tour de San Juan, e sendo patrocinado por uma equipe do Sindicato dos Empregados Públicos de San Juan, que é uma daquelas que tem pouco investimento e vive aos trancos e barrancos, imagina o que seria possível fazer com nossos atletas com apoio e planejamento?!

Fica essa questão e o sentimento de que quando vemos os europeus vencendo provas no Tour de France, no Giro d´Itália, ou mesmo nas grandes clássicas da temporada, lá poderia estar um brasileiro, um equatoriano ou um chileno, só resta às empresas daqui acreditarem e apoiarem este esporte tão belo e surpreendente. Uma boa semana a todos e a todas!

Link para as etapas do Strava do brasileiro Nicolas Sessler:

Etapa 5 – https://www.strava.com/activities/1401330728

Etapa 4 – https://www.strava.com/activities/1399759645

Etapa 3 – https://www.strava.com/activities/1398380182

Etapa 2 – https://www.strava.com/activities/1396650344

Etapa 1 – https://www.strava.com/activities/1395142992

Veja a etapa rainha: