Funvic emite nota oficial contra Confederação Brasileira de Ciclismo

Após saber, através do site da Confederação Brasileira de Ciclismo, da suspensão provisória da convocação dos ciclistas que participariam do Pan-Americano, a equipe brasileira
Funvic – São José dos Campos | Brasil Pro Cycling emitiu uma nota de repúdio.

Saiba mais sobre o caso:

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Veja a nota completa divulgada pelo site da equipe:

Através deste comunicado, queremos expressar nosso repúdio sobre a nota publicada no site da Confederação Brasileira de Ciclismo, na noite da segunda-feira (9), onde informa sobre a suspensão provisória da convocação dos ciclistas que iriam integrar a Seleção Brasileira na disputa do Campeonato Pan-Americano de Ciclismo de Estrada, em San Juan, na Argentina.

Usando como argumento recomendação do Comitê de Integridade, da Organização Antidoping e da Comissão de Atletas da CBC, a nota afirma que nenhum(a) atleta da equipe Funvic/São José dos Campos poderá integrar a seleção brasileira no próximo Campeonato Pan-Americano de Ciclismo de Estrada 2018. A decisão foi baseada, segunda a nota, por casos recorrentes de doping na equipe.

Exames realizados em 2016 – clique aqui para ver

Exames realizados em 2017 – clique aqui para ver

Mais uma vez, gostaríamos de lembrar. A equipe, nos últimos dois anos, teve um alto valor investido no Passaporte Biológico e dados fornecidos pela CADF (Cycling Anti-Doping Foundation), entidade que administra o Passaporte Biológico de Atletas, mostram que os ciclistas da Funvic/São José dos Campos fizeram 268 exames antidoping entre 2016 e 2017.

“Quase nunca se fala no assunto doping, pois ninguém quer ouvir sobre isso. Muitos preferem ignorar. Em duas temporadas (2016-2017), nós investimos cerca de 170 mil euros, algo na casa de R$ 600 mil reais, mais ou menos, na prevenção e ajuda no combate ao doping”, afirma o diretor Benedito Tadeu Azevedo Júnior “Kid”, que concluí “Quem é que gasta um valor desse e quer ter casos de doping na sua equipe?”.

Da quantidade de exames feitas pelos ciclistas entre este período, 140 foram feitos na temporada 2016, exatamente no ano em que alguns ciclistas acabaram flagrados. Sinal que o controle foi grande e acabou mostrando quem “saiu da linha”. Além do desligamento e punição dos infratores, a equipe também foi penalizada e cumpriu suspensões impostas pela UCI.

No mais recente caso, envolvendo o campeão brasileiro Roberto Silva, a suspensão provisória está se dando por uma alteração em seu passaporte biológico, tendo como base um exame de 2015. Não foi encontrada nenhuma substância em seu organismo e o ciclista pode ainda recorrer da decisão.

Isto exposto, gostaríamos de reafirmar nosso profundo descontentamento com tal nota divulgada pela CBC e que deixa de fora grandes nomes do ciclismo brasileiro, que poderiam contribuir e muito, com nosso país no Pan-Americano de Ciclismo de Estrada.

“Quero reiterar que isso é uma punição a equipe e a nossos ciclistas. Por exemplo, no feminino, nunca tivemos um caso de doping e duas atletas ficarão de fora da competição, uma inclusiva [Wellyda Rodrigues], atual campeã Sub23”. “Para finalizar, digo que ao analisarmos uma nota dessa, vemos que a Confederação Brasileira está punindo a equipe que mais investiu no combate ao doping no Brasil”, desabafa o diretor.