Veja o que disseram, após a chegada, os protagonistas da Paris-Roubaix 2019

Veja abaixo o que os principais protagonistas da Paris-Roubaix disseram após a prova vencida pelo belga Philippe Gilbert.

Veja também: Paris-Roubaix: Philippe Gilbert se consagra com vitória monumental

Nils Politt (segundo colocado):

Politt e Gilbert nos metros finais da Paris-Roubaix.

É meu quarto ano como profissional, ser segundo atrás de um grande corredor como o Gilbert, não é vergonha nenhuma.

Eu adoro essa prova. Quando eu era Sub-23, cai 5 vezes e disse pro meu pai: Preciso voltar e correr bem nessa prova. No meu primeiro ano na Katusha eu não terminei, mas em 2018 fiquei em sétimo e hoje em 2º, estou feliz e olhando para o próximo ano.

Eu estive pensando que Gilbert ia me atacar nos últimos 3km e me largar. E pensei que se eu atacasse, ia ser ruim, pois Phil é um corredor forte e ia se manter na minha roda. Então a unica chance que eu tinha era o sprint. Ele ganhou, mas não importa, o segundo lugar é grande. Phil é 11 anos mais velho que eu, o que me dá mais 11 chances aqui.

Peter Sagan (quinto colocado):

Sagan fez o que deu, mas corridas são o que são. Não deu.

Isso foi bom, mas vc sabe… Fiz uma grande corrida, mas perdi muita energia no final, fiz muita força e depois pedi o movimento chave. Talvez eu tenha feito força muito cedo e não tenha sobrado para o fim, mas é sempre muito difícil correr contra 2 caras fortes como Lampaert e Gilbert.

Eu não sei o que aconteceu no fim, eu senti minhas pernas vazias, se eu tivesse num dia melhor as coisas seriam outras, mas eu fiz o meu melhor e estou feliz com isso.

Wout van Aert (Vigésimo segundo):

Wout van Aert disse que, nos últimos quilômetros se sentiu como na Strade Bianche do ano passado, quando ele chegou completamente exausto.

Eu me sinto horrível. Vazio, morto. Foi tudo muito agitado depois da minha má sorte em Arenberg (ele teve um pneu furado e precisou trocar de bicicleta com um companheiro de equipe – ver abaixo). Fiquei por 1 hora sem pensar em comer ou beber algo. Nessa prova uma hora você paga o preço. Com 30km pro fim me senti sem energia, para mim o cenário ideal era o grupo continuar trabalhando junto até o carrefour de l’Arbre.

No setor de Arenberg, Aert furou o pneu e teve problemas com a corrente, com isso foi obrigado a pegar a bicicleta de seu companheiro de equipe, Pascal Eenkhoorn. Depois disso conseguiu tirar os 40 segundos que havia perdido e voltar ao pelotão. Depois disso trocou de bicicleta novamente já que a que ele estava não era a ideal. Pegou sua bike reserva e logo depois, na primeira curva caiu e acabou danificando o volante maior, sendo obrigado a fazer o restante da prova somente com o volante menor (o que não chega a ser um grande problema já que o volante menor, utilizado na Paris-Roubaix, uma prova plana, não é pequeno….não é o ideal, mas era o que tinha…).

Aert também respondeu sobre não ter nenhum gregário para ajudá-lo quando perdeu 1 min devido a sua queda, sendo que haviam dois parceiros de equipe no grupo da frente, mas que não esperaram por ele:

Eles são caras muito fortes neste tipo de corrida. O Mike (Mike Teunissen) inclusive terminou em sétimo. Já o Maarten (Maarten Wynants) acabou tendo azar na zona de alimentação. Estes não eram os caras que deveriam esperar por mim. Eu ainda estava entre os carros, então não eles não precisariam esperar e nem fazia parte da estratégia. Se eles me esperam a não nos recuperássemos a equipe teria perdidos nós três. Isso não foi uma falha da equipe, na minha opinião.

Philippe Gilbert:

Gilbert com o troféu da Paris-Roubaix.

Quando decidi vir para Quick Step foi pensando em Flanders e Paris-Roubaix. Eu poderia vencer, devido as minhas características, as clássicas das ardenas e também a Lombardia, mas queria mirar em Flandres e Roubaix. Para vencê-las eu precisava estar em boa equipe para as clássicas, logo escolhi a Quick Step.

Essa escolha foi para ter as chances ao meu lado e tem funcionado muito bem. No primeiro ano ganhei em Flandres e agora, dois anos depois, ganhei em Roubaix. Isso prova que minhas escolhas estavam certas. Eu poderia ter continuado em outra equipe e garantido a 5ª Amstel ou 2ª Liege, pois para o esporte o mais importante é vencer. Mas, ao meu ver, ganhar o maior número de provas diferentes possível é que é o mais importante.

Eu provavelmente nunca tinha derramado tantas lágrimas após uma chegada. Eu me coloquei uma pressão imensa nos ombros após o fracasso no Tour de Flandres. E quando você ganha um sprint a explosão de emoções é bem maior, pois você não sabe que vai vencer até cruzar a linha. Eu estou muito realizado em estar na Quick Step.

Eu sempre gostei de figurões, amava corredores como o Museuuw, que atacavam longe da meta. Eu sonhava com isso e basicamente tentei copiar. Fui bem sucedido nessa técnica, foi assim que ganhei uma Lombardia, em Flandres e hoje.

Sep Vanmarcke (quarto lugar):

Vanmarcke cruzando a linha, logo a frente de Sagan.

Estou muito desapontado. Depois de tudo que aconteceu essa semana, eu lutei muito para voltar a forma, fiz de tudo para conseguir treinar, mesmo com o joelho lesionado. Treinei no nível mais forte possível. E hoje eu sei que fiz tudo certo, eu estive muito perto da vitória, pois não cometi nenhum erro.

Mas no Carrefour de L’Arbre meu câmbio traseiro parou de funcionar e eu não podia fazer mais nada. Tive que esperar 10 km por uma bicicleta nova e isso me matou. Eu deixei a vitória escapar e não foi nem por minhas pernas, foi pela bicicleta.

Greg Van Avermaet (Décimo segundo):

Estou desapontado, com as pernas que eu estava poderia ter ido melhor. Mas essas coisas acontecem.

Foi um dia duro e nada fácil. Eu realmente estava dormindo quando os 6 saíram e então minha corrida praticamente acabou.

Eu fiquei um pouco longe, pensei que era cedo demais, foi um erro. Se eu estivesse naquele grupo, eles não me largariam, minhas pernas estavam boas. Foi um erro tático.

Depois fiquei aguardando a chegada do Carrefour de L’Arbr para tentar um ataque e encostar neles, mas acabei não conseguindo.