
O Giro d’Itália termina de forma espetácular e emocionante.
A prova teve 9 ciclistas diferentes vestindo a Maglia Rosa (Veja nossa tabela no final desse artigo) e nos presenteou com uma variedade de atitudes dentro e fora das pistas, muito legais, algumas emocionantes.
Alguns pontos marcantes citamos aqui:
- A Etixx-QuickStep, que equipe! Começando com Gianluca Brambilla, que mesmo quando era o líder do Giro, percebendo que Jungels estaria em melhores condições para manter a Maglia Rosa com a equipe, não exitou em ajuda-lo. Foi gregário de Rosa, assim como também fez Amador (Movistar), sempre trabalhando pensando no melhor para a equipe. Em outra etapa, podendo disputar a vitória, mas sabendo que outro companheiro vinha rápido e poderia vencer, fez a estratégia correta, ficou em terceiro e seu companheiro, Matteo Trentin, venceu. Enfim…a Etixx nos deu aula de união e nos surpreendeu com um Jugels fortíssimo e que promete um grande futuro pela frente.

- Steven Kruijswijk: o ciclista holandês não é surpresa, já há anos tem se destacado e no Giro do ano passado mostrou excelente capacidade de escalar. Nessa edição da prova não é exagero dizer que era o ciclista mais forte e dificilmente perderia o Giro caso não tivesse caído na 19o Etapa. Claro, não sabemos o que aconteceria, até porque, como todos vimos, a equipe Astana foi importantíssima para a vitória final do Nibali e Kruijswijk não tinha uma boa equipe para dar a retaguarda necessária nessas últimas etapas. O holandês, apesar da queda e da costela trincada, decidiu continuar na prova e correr as últimas etapas, o que prova que é um ciclista guerreiro e determinado. Kruijswijk é o tipo de ciclista que sempre estará na briga, dando muito trabalho em todas as disputas que estiver.

- Chaves e a Orica GreenEdge são o exemplo de ciclista e equipe a serem seguidos. Chaves mostrou desde o início que estava em grande fase, sempre subindo com os mais fortes e atento a todos os movimentos dos principais candidatos ao título. Na etapa 19, após queda de Kruijswijk, sentiu o gostinho de ser o grande vencedor, mas não conseguiu o que queria e perdeu a liderança na etapa 20. Todos esperavam grande decepção do colombiano, mas contrariando o comum, em sua entrevista pós prova, Chaves demostrou tremenda honestidade e respeito pelos adversários dizendo, com um sorriso no rosto, que havia feito o possível e que a equipe Astana havia feito um trabalho perfeito e ele não conseguiu acompanhar. Já a equipe Orica é conhecida por ser uma das mais animadas do pelotão, seus ciclistas estão sempre sorrindo, mas sempre na disputa das melhores colocações.

- E o que dizer de Alejandro Valverde? O ciclista espanhol está sempre figurando entre os melhores, seja em provas de um dia, seja em provas de 3 semanas. Escala bem, faz crono bem e tem uma determinação ímpar. Valverde terminou o Giro em terceiro após perder tempo em algumas etapas nas quais as montanhas terminavam em altitudes muito elevadas. Valverde não é um escalador de ponta como Nibali, Contador, Froome ou Quintana, mas está sempre na briga. Seu Giro é prova isso, quando ele parecia carta fora do baralho para figurar no pódio final, ele foi lá e escalou como poucos as montanhas mais duras da 20o. etapa., chegou a dez segundos do Nibali e ali garantiu seu lugar no pódio final.

- A Astana e seu líder, o vencedor do Giro, Vicenzo Nibali. Quem acompanha o ciclismo há um pouco mais de tempo sabe que a Astana é uma das equipes que melhor executa estratégias que dão certo no pelotão Pró tour. Nessa edição do Giro a Astana foi perfeita, sempre com gregários muito bem posicionados para ajudar Nibali e assumindo a ponta do pelotão nos momentos perfeitos para fazer o papel de seleção que se esperava dela. Scarponi foi um monstro. Sem sombra de dúvidas foi essencial e o principal responsável pela vitória de Nibali. Mas do que adianta uma bela equipe se não houver um grande ciclista para vencer e Nibali foi esse cara no Giro. Ele não começou tão bem, vinha melhorando mas, após a crono-escalada quando não foi bem e teve problemas mecânicos, muitos questionaram se Nibali continuaria na prova. Contar o que aconteceu depois disso é desnecessário, basta imaginar que em 2 etapas Nibali, de quase fora da prova, se tornou o grande campeão do Giro d’Itália 2016. Ele foi, sim, o homem mais forte do pelotão nas últimas etapas, o que surpreendeu muitos que não viam uma atuação assim há muito tempo.

- Os latino-americanos que estão cada vez mais presentes entre os melhores das grandes voltas, nessa edição do Giro quatro deles estiveram entre os 10 primeiros na geral, foram eles: O colombiano Rigoberto Uran, que vinha sofrendo com uma bronquite na última semana, conseguiu se recuperar e terminar em grande forma na sétima colocação. O Costa Riquenho Andrey Amador, além de ter conseguido o feito inédito de vestir a Maglia Rosa, foi peça fundamental no pódio de Valverde e ficou com o oitavo lugar. O incansável colombiano Darwin Atapuma (BMC), que acabou na nona colocação geral, além de terminar em segundo duas etapas. E, por fim, tivemos o vice-campeão, o também colombiano Esteban Chaves, completando essa belíssima participação dos latinos neste Giro.

- E não poderíamos deixar de citar a equipe Sky que mais uma vez foi mal no Giro. O trabalho só não foi um desastre porque conseguiu uma vitória de etapa e a conquista da camisa de líder de montanha com Mikel Nieve. A equipe, considerada uma das mais fortes do mundo em Gran Tours, sempre tropeça no Giro. Foi assim com Bradley Wiggins, depois com Richie Porte e esse ano com Mikel Landa que abandonou na etapa 10. Tal situação começa incomodar e assim como nos grandes monumentos os quais eles nunca haviam vencido e desencantaram esse ano ganhando a Liège-Baston-Liège, a Sky deve vir com força total para o Giro 2017. Não será surpresa se vier com 2 líderes para tentar mudar essa escrita. Veremos.

Abaixo segue um resumo desses 21 dias de disputa, você pode clicar na etapa e saber tudo o que aconteceu lendo nossos boletins.
| Etapa | Vencedor | Maglia Rosa | Pontos | Montanha | Jovem | Equipe | 
|---|---|---|---|---|---|---|
| 1 | Tom Dumoulin | Tom Dumoulin | Tom Dumoulin | Não disputado | Tobias Ludvigsson | Giant–Alpecin | 
| 2 | Marcel Kittel | Marcel Kittel | Omar Fraile | |||
| 3 | Marcel Kittel | Marcel Kittel | Maarten Tjallingii | |||
| 4 | Diego Ulissi | Tom Dumoulin | Damiano Cunego | Bob Jungels | Astana | |
| 5 | André Greipel | |||||
| 6 | Tim Wellens | |||||
| 7 | André Greipel | André Greipel | Tim Wellens | |||
| 8 | Gianluca Brambilla | Gianluca Brambilla | Etixx–Quick-Step | |||
| 9 | Primož Roglič | |||||
| 10 | Giulio Ciccone | Bob Jungels | Damiano Cunego | Movistar Team | ||
| 11 | Diego Ulissi | |||||
| 12 | André Greipel | |||||
| 13 | Mikel Nieve | Andrey Amador | Giacomo Nizzolo | |||
| 14 | Esteban Chaves | Steven Kruijswijk | Astana | |||
| 15 | Alexander Foliforov | |||||
| 16 | Alejandro Valverde | |||||
| 17 | Roger Kluge | |||||
| 18 | Matteo Trentin | |||||
| 19 | Vincenzo Nibali | Esteban Chaves | ||||
| 20 | Rein Taaramäe | Vincenzo Nibali | Mikel Nieve | |||
| 21 | Nikias Arndt | |||||
| Final | Vincenzo Nibali | Giacomo Nizzolo | Mikel Nieve | Bob Jungels | Astana | |
Classificação geral
| Ciclista | Equipe | Tempo | |
|---|---|---|---|
| 1 |  Vincenzo Nibali (ITA)  | Astana | 82h 44′ 31″ | 
| 2 |  Esteban Chaves (COL) | Orica–GreenEDGE | + 52″ | 
| 3 |  Alejandro Valverde (ESP) | Movistar Team | + 1′ 17″ | 
| 4 |  Steven Kruijswijk (NED) | LottoNL–Jumbo | + 1′ 50″ | 
| 5 |  Rafał Majka (POL) | Tinkoff | + 4′ 37″ | 
| 6 |  Bob Jungels (LUX)  | Etixx–Quick-Step | + 8′ 31″ | 
| 7 |  Rigoberto Urán (COL) | Cannondale | + 11′ 47″ | 
| 8 |  Andrey Amador (CRC) | Movistar Team | + 13′ 21″ | 
| 9 |  Darwin Atapuma (COL) | BMC Racing Team | + 14′ 09″ | 
| 10 |  Kanstantsin Sivtsov (BLR) | Team Dimension Data | + 16′ 20″ | 
Classificação de montanha
| Ciclista | Equipe | Pontos | |
|---|---|---|---|
| 1 |  Mikel Nieve (ESP)  | Team Sky | 152 | 
| 2 |  Damiano Cunego (ITA) | Nippo–Vini Fantini | 134 | 
| 3 |  Darwin Atapuma (COL) | BMC Racing Team | 118 | 
| 4 |  Stefan Denifl (AUT) | IAM Cycling | 109 | 
| 5 |  Giovanni Visconti (ITA) | Movistar Team | 77 | 
| 6 |  Alexander Foliforov (RUS) | Gazprom–RusVelo | 66 | 
| 7 |  Rein Taaramäe (EST) | Team Katusha | 62 | 
| 8 |  David López (ESP) | Team Sky | 54 | 
| 9 |  Michele Scarponi (ITA) | Astana | 51 | 
| 10 |  Steven Kruijswijk (NED) | LottoNL–Jumbo | 42 | 
Classificação por pontos
| Ciclista | Equipe | Pontos | |
|---|---|---|---|
| 1 |  Giacomo Nizzolo (ITA)  | Trek–Segafredo | 185 | 
| 2 |  Diego Ulissi (ITA) | Lampre–Merida | 152 | 
| 3 |  Matteo Trentin (ITA) | Etixx–Quick-Step | 141 | 
| 4 |  Daniel Oss (ITA) | BMC Racing Team | 127 | 
| 5 |  Sacha Modolo (ITA) | Lampre–Merida | 126 | 
| 6 |  Alejandro Valverde (ESP) | Movistar Team | 92 | 
| 7 |  Maarten Tjallingii (NED) | LottoNL–Jumbo | 83 | 
| 8 |  Steven Kruijswijk (NED) | LottoNL–Jumbo | 76 | 
| 9 |  Alexander Porsev (RUS) | Team Katusha | 62 | 
| 10 |  Bob Jungels (LUX)  | Etixx–Quick-Step | 61 | 
Classificação de melhor jovem
| Ciclista | Equipe | Tempo | |
|---|---|---|---|
| 1 |  Bob Jungels (LUX)  | Etixx–Quick-Step | 82h 53′ 02″ | 
| 2 |  Sebastián Henao (COL) | Team Sky | + 29′ 38″ | 
| 3 |  Valerio Conti (ITA) | Lampre–Merida | + 1h 10′ 07″ | 
| 4 |  Davide Formolo (ITA) | Cannondale | + 1h 18′ 48″ | 
| 5 |  Joe Dombrowski (USA) | Cannondale | + 1h 24′ 25″ | 
| 6 |  Merhawi Kudus (ERI) | Team Dimension Data | + 1h 46′ 03″ | 
| 7 |  Carlos Verona (ESP) | Etixx–Quick-Step | + 1h 57′ 26″ | 
| 8 |  Alexander Foliforov (RUS) | Gazprom–RusVelo | + 1h 58′ 06″ | 
| 9 |  Nathan Brown (USA) | Cannondale | + 2h 06′ 47″ | 
| 10 |  Tobias Ludvigsson (SWE) | Giant–Alpecin | + 2h 12′ 42″ | 
Você pode ver mais sobre as estatísticas dessa edição do Giro d’Itália aqui: http://visualvelo.com/giro2016.html
 
 
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