TOP 10 – Pais e Filhos ciclistas

Assim como na antiguidade, em que os filhos seguiam os passos e a profissão do Pai, é possível ver esse fenômeno no Ciclismo. A admiração, respeito e viver o ambiente desde cedo costumam levar a esse caminho.

Até onde a genética influencia os pequenos? Será que há a predominância de pais craques e filhos não muito, talvez o inverso disso ou a regra é que pai bom tem filho bom? Vamos acompanhar analisando essas 10 famílias!

van Poppel

O sprinter Jean-Paul van Poppel foi ciclista profissional entre 1985 e 1995. Entre os maiores feitos ele acumula 22 etapas em Grand Tour (9x Tour, 9x La Vuelta e 4x no Giro) e desde 2000 é diretor esportivo.

Jean-Paul teve 2 filhos ciclistas, o mais velho, Boy hoje tem 35 anos e hoje corre pela Intermaché, mas teve uma longa passagem na Trek-Segafredo. Danny (29), rodou por mais times maiores como Trek, Sky, Jumbo e hoje está na Bora.

Danny possui mais vitórias que o irmão mais velho (18×1), mas nenhum deles repetiu o feito do pai. 

Hooydonck

O belga Gino van Hooydonck correu entre 1986 e 1993. Gino não acumulou vitórias, mas sempre foi fiel escudeiro de seu irmão Edwin, que chegou a vencer 2x o Tour de Flandres, mas isso é assunto pra outro artigo.

Nathan tem passagens por BMC, CCC e integra o esquadrão da Jumbo desde 2021, onde é escudeiro de Roglic, Vingegaard e Aert.

Nys

Considerado por muitos o G.O.A.T do Cyclocross, Sven Nys foi uma lenda no quesito pilotagem, que o fez acumular mais de 200 vitórias na modalidade sendo 2 títulos mundiais. Hoje ele treina e administra o time da Trek-Baloise Lions além de ter um centro de treinamento dedicado ao Cyclocross em Baal na Bélgica.

Direto do barro, como o pai, Thibau (21) já acumula sucessos como título mundial júnior é sub23 no Cyclocross e título europeu sub23 na estrada. Atualmente corre no time de cyclocross gerenciado pelo pai e na estrada vai buscando seu espaço pela Trek-Segafredo.

Roche

Direto da Irlanda, viemos com a dupla Stephen e Nicolas Roche. Profissional entre 1981 e 1993, Stephen foi um ciclista de sucesso. Vencendor de Voltas (Romandia, Paris-Nice, Critérium Dauphine, País Basco e outras), Grandes Voltas (Giro e Tour) e título mundial. Stephen teve a carreira prejudicada por algumas lesões no joelho.

Nicolas, aposentado desde 2021, passou por grandes equipes como Tinkoff, Sky, Bmc e Sunweb. Sendo, por exemplo, gregário do Froome na vitória do Tour de 2015. Além de ter também 2 etapas em Vuelta a Espanha. Além de Nicolas, seu irmão Alexis também foi ciclista até a categoria sub23. Stephen também é tio do Dan Martin.

Schleck

Andy e Frank talvez sejam os primeiros nomes que venham a sua cabeça quando se lê este sobrenome. Mas você sabia que o pai deles também foi pró?

Isso mesmo, Jony Schleck foi profissional entre 64 e 75, correndo apenas pela Pelforth e pela Bic, foi companheiro de nomes célebres como Luis Ocana, Jacques Anquetil, Claudio Chiapucci e Joaquim Agostinho. E lá em 1970 na Vuelta vencida por Ocana, Jony garantiu uma vitória de etapa.

Frank e Andy marcaram uma geração entre os anos 2000 e 2010. Foram uma dupla inseparável e formidável. Frank tem etapas na Vuelta e no Tour, Amstel Gold Race e classificação geral no Tour da Suíça, enquanto Andy travou duelos épicos nas montanhas, ganhou uma Liege-Bastogne-Liege e é considerado vencedor do Tour de France de 2010. Por problemas de lesões Andy encerrou sua carreira precocemente

Phinney

Ter um pai ciclista pode ser maneiro, mas e o Pai e a Mãe?

Foi isso que aconteceu com Taylor Phinney, filho de Davis Phinney e Connie Carpenter.

Connie, foi 4x campeã estadunidense, 2x pódio em Mundial e Campeã Olímpica em 1984 nos jogos de Los Angeles. Davis fez parte da folclórica equipe americana 7-Eleven e chegou a vencer 2 etapas do Tour de France.

Taylor surgiu como jovem promessa em meados de 2009, sendo campeão mundial de perseguição na pista, feito que repetiu em 2010, ano que também foi campeão mundial de Contra-Relógio Sub23 e bronze na prova de estrada. Chamando a atenção do time BMC, onde correu ate 2016, com direito a vitória de etapa e maglia rosa no Giro.

Mas em 2014, no campeonato Nacional, Phinney sofreu uma queda e lesão grave na tíbia, patela e tendões, a recuperação foi longa e ele nunca voltou ao nível demonstrado quando jovem. Prolongou a carreira ate 2016, onde se aposentou precocemente aos 29.

Backstëdt

Magnus é sueco, foi profissional entre 96 a 2013. Seu maior feito foi vencer a Paris Roubaix de 2004 (que contou com Cancellara, Boonen, Museeuw e van Petegem no top 10). Ainda dividiu time com Nibali e Murilo Fischer em 2007, pela Liquigas.

Magnus se envolveu com a galesa Megan Hughes, que foi ciclista também, mas um pouco mais regional, e tiveram Elynor e Zoe. Elynor (21) já possui 2 medalhas de bronze em mundial de Contra-Relógio além de pratas e bronzes em provas no mundial de pista, ainda muito jovem, terá uma carreira brilhante pela frente. Mas quem rouba a cena na família, é a caçula, Zoe (19) com títulos mundiais junior na estrada (2x Road, 1x Contra-Relógio) e no Cycloross; campeã europeia junior; além dos títulos de pista mundial (Madison) e europeia (Perseguição Individual e por Equipes, Madison).

Atualmente, Elynor está na Trek-Segafredo e Zoe na EF-Education.

Knaven

O classicomano neerlandes Servais Knaven, profissional entre 1993 e 2010 correu pela TVM, Domo, Quickstep e Milram, sendo companheiro de grnades nomes como van Petegem, Museeuw, Axel Merckx, Boonen, Bettini e outros.

Servais venceu etapa no Tour 2003 e a clássica monumento Paris-Roubaix em 2001. Hoje é diretor esportivo na Soudal-Quickstep.

Servais passou os genes pra frente e hoje tem 4 atletas na equipe feminina de desenvolvimento AG-Insurance (que também patrocina a equipe masculina da Soudal-Quickstep). Fee (16), Mirre (18), Senne (20) e Britt (22) que se puxarem o pai, estão com a carreira garantida.


A curiosidade fica pelo fato de que Senne e Britt são belgas enquanto Mirre e Fee são neerlandesas.

van der Poel

Uma linhagem um pouco maior do que o proposto pela lista, começa com Raymond ‘Poupou’ Poulidor, que ganhou simpatia do público por sempre bater na trave, mas apesar de tudo ainda ganhou 1 Vuelta, 2x Paris-Nice, 4 etapas do Tour de France e 3x 2º GC por lá, além de uma Milan-Sanremo.

Raymond é sogro de Adri van der Poel, que venceu Amstel, San Sebastian, Liege-Bastogne-Liege e Tour de Flandres, além de ser campeão mundial de Cyclocross.

Adri por sua vez teve David e Mathieu. David (30) teve uma carreira discreta tanto na estrada como no Cyclocross enquanto o caçula… Mathieu (28) ficou com toda a parte boa da árvore genealógica e nos últimos anos está em modo Bestial: são 4 vitórias em 3 monumentos diferentes (2x Tour de Flandres, Paris Roubaix e Milano-Sanremo), clássicas como Amstel e Strade Bianche, venceu etapa e vestiu a camisa de líder no Tour e no Giro, além das 150 vitórias no Cyclocross, sendo 5 títulos mundiais e as etapas vencidas em Copa do Mundo de MTB XCO.

Merckx
Edouard Louis Joseph Merckx, ou com é conhecido, Eddy. Simplesmente o maior que o esporte já viu, foram 19 Monumentos (7x MSR, 5x Liege-Bastogne-Liege, 3x Paris-Roubaix, 2xTour de Flandres e 2x Giro di Lombardia),11 Grand Tours (5 Tours, 5 Giros, 1 Vuelta), 3 títulos mundiais, e uma infinidade de outros recordes.

Mas isso quase todo mundo sabe. E o Axel vocês conhecem?

Começou a carreira em 1993 pela Motorola, rodou por boas equipes no fim dos anos 90 e início dos 2000 como Mapei, Domo/Lotto e Phonak. Não chegou nem perto dos feitos do pai (mas convenhamos, quem é que chega????) mas garantiu uma etapa do Giro em 2000 e o bronze olímpico em 2004.

Até que ponto ter uma referência alta dentro de casa ajuda ou atrapalha na carreira dos jovens?. As comparações as vezes podem passar dos limites ou será que o ‘genes fortes’ realmente passam de uma geração para outra?!?

Sobre Estagiário 59 Artigos
Menos conhecido por Giovanni Santana, é graduando em Engenharia de Aquicultura (UFPR). Ciclista de fim de semana, entusiasta e corneta em tempo integral.