Os melhores embaladores do pelotão!

Sempre estampamos nossos posts com o ciclista que venceu a etapa ou uma prova importante. Sabemos, todavia, que muita coisa acontece antes da linha de meta. Quedas, vento, chuva, ataques… o ciclismo é um esporte complexo e hoje estaremos falando dos heróis que poucos lembram: os gregários!

Dentre as categorias de gregários, temos aqueles que puxam o pelotão montanha acima, e aqueles que embalam o os velocistas para a chegada: os embaladores. É sobre estes últimos que falaremos aqui.

Os embaladores são ciclistas polivalentes, precisam aguentar a dureza da etapa, ficar bem posicionados para o sprint e o mais difícil ainda: precisam auxiliar seus líderes a estarem bem posicionados. No final ainda precisam ter gás para sprintar a 70km/h e manobrar sua bike entre curvas, lombadas, valetas e tombos. A meta é a vitória da equipe, mas o sacrifício é muito grande.

Além disso, os embaladores precisam ter resultados, seja por sua satisfação pessoal, seja para conseguir um contrato mais valoroso para o futuro. O que deixa esses ciclistas numa situação de estar preparado para tudo. É por isso que muitos gregários se tornam grandes líderes, pois saíram de baixo e ganharam muita experiência.

A verdade é que os embaladores precisam conquistar resultados para as estrelas da equipe e ainda precisam ter gás para conseguir seus próprios resultados em outras provas. É uma vida dura!

Fabio Sabatini (Itália –Deceuninck – Quick Step)

Difícil começar a falar sobre os melhores embaladores do mundo e não falar de Fábio Sabatini. O italiano de 34 anos de idade já trabalhou com grandes nomes do ciclismo. De Mark Cavendish a Marcel Kittel, de Elia Viviani e Fabio Jakobsen. Sabatini é um gregário que consegue embalar tão forte seu sprinter que fica quase impossível outra equipe medir esforços contra ele.

Estatísticas do atleta. 

Só para se ter uma ideia, a contratação de Elia Viviani para a Cofidis que foi fechada algumas semanas atrás constava que Viviani só iria para a equipe francesa se Sabatini fosse junto. Ele é o homem por trás de muitas vitórias no sprint que a QuickStep conseguiu nos últimos anos. Esse cara é foda!

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Mark Renshaw (Australia – Dimension Data)

Em sua última temporada como ciclista profissional, Mark Renshaw acumula um tremendo respeito dentro do pelotão. Há mais de uma década ele se dedica a trazer os melhores sprinters do mundo em condições de brigar pela vitória.

Trabalhou para Mark Cavendish a maior parte da carreira, o qual chegava a brigar para tê-lo escalado em algumas provas. As vitórias de Cav eram mais certas quando Renshaw estava presente.

Estatísticas do atleta. 

Além de um grande embalador, Renshaw tem uma mentalidade calma e confiante, mantendo o controle da situação em momentos críticos. Isso ajuda muito no ciclismo, que é um esporte que exige muito dos atletas, tanto física quanto mentalmente.

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Cavendish e Renshaw fizeram 1-2 na tradicional chegada dos Champs Elisée, em Paris, no Tour de France 2011.

Em 2019 Renshaw, de 36 anos, decidiu pendurar as sapatilhas, mas deixou seu legado de amor ao esporte e de trabalho em equipe que poucos poderiam sequer imaginar.

Maximiliano Richeze (Argentina – Deceuninck/Quick Step)

Não poderia faltar um sul-americano nesta lista e esse nome é Max Richeze. O campeão argentino da Deceuninck/Quick Step tem tido uma atuação impecável nos últimos anos. Em especial, em 2019, ele tem feito um grande trabalho para sua equipe e muitas vitórias de Elia Viviani e Fabio Jakobsen tem um toque de seu trabalho.

Estatísticas do atleta. 

Max Richeze ainda conseguiu inúmeros resultados quando teve oportunidade de ser líder, sendo um atleta bastante versátil. Richeze vem de uma família com muitos ciclistas e recentemente assinou contrato com a equipe UAE, onde será novamente gregário de Fernando Gaviria. Aos 36 anoso argentino mostra que ainda tem muita força para trazer vitórias e alegrias para sua equipe, onde quer que esteja!

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Maximiliano Richeze batendo Peter Sagan no Tour da Suíça 2018.

Marcus Burghardt (Alemanha – Bora/Hansgrohe)

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O nome forte de Peter Sagan para vencer é Marcus Burghardt. O alemão tem muita experiência e já trabalhou com nomes de peso no ciclismo. Passou boa parte de sua carreira na equipe BMC, onde fazia parte da equipe das clássicas, trabalhando para Philippe Gilbert, Greg Van Avermaet e Alessando Balan.

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Nas provas planas e mistas ele sempre foi o homem reponsável por manter o líder da equipe em segurança para disputar a vitória. Peter Sagan sempre demonstra que o alemão é um grande ajudante em todas as provas e até mesmo em etapas de montanha é possível ver o tri-campeão mundial escoltado por Burghardt.

Anthony Roux – (França – Groupama-FDJ)

Estatísticas do atleta. 

Anthony Roux (Groupama FDJ), s'est imposé au sprint devant Anthony Turgis et Julian Alaphilippe pour s'offrir le titre champion de France.
Anthony Roux (Groupama FDJ) bateu Anthony Turgis, Pierre Latour e Julian Alaphilippe para vencer o campeonato francês em 2018.

Profissional desde 2007, Anthony Roux fez carreira como um gregário polivalente na equipe francesa Française des Jeux, a famosa casa de loterias francesa. Roux trabalhou de perto com os grandes nomes que passaram pela equipe francesa, sendo gregário de nomes como Arnaude Demáre, Philippe Gilbert, Bradley McGee e Thibaut Pinot.

Roux tem sido o nome forte da equipe nas etapas planas, fazendo trabalhos como a perseguição de fugas, a proteção de seus líderes e a aceleração final para o sprint, uma marca registrada. Seus trabalhos renderam diversas vitórias para a FDJ e ele ainda prova estar em grande fase ao ter vencido o campeonato francês e feito um pódio na Clássica de San Sebastian em 2018.

Luka Mezgec (Eslovênia – Mitchelton/Scott)

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Muito tem sido comentado a respeito da Eslovênia esse ano, o país está sendo considerado o novo formador de talentos do ciclismo europeu, e não é por menos! Nomes como Primoz Roglic, Tadej Pogacar, Matej Mohoric, Jan Tratnik e tantos outros que venceram provas importantes em 2019, são eslovenos.

Luka Mezgec vem nessa esteira de sucesso do leste europeu e tem ajudado muitos atletas a vencer no passado e no presente. Agora, ele parece ter encontrado o seu próprio trilho e vem tendo grandes resultados. O destino, todavia, se mostrou um terrível vilão para o atleta, que sofreu um acidente na 14ª etapa da Vuelta a España, fraturando a sua bacia. Ele voltará apenas em 2020.

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Luka Mezgec foi múltiplas vezes campeão esloveno de estrada, MTB e ciclocross.

Dentre os grandes feitos do atleta estão as múltiplas vezes que ele foi campeão esloveno de estrada, MTB e ciclocross. Além disso, ele teve um papel crucial em vitórias da sua equipe, seja nas provas de TTT, seja nos sprints, seja em clássicas, pois Mezgec é um ciclista muito versátil e polivalente.

Dentre os nomes de peso que ele auxiliou estão Michael Matthews, Caleb Ewan e Simon Gerrans. Mezgec veio da equipe Argos-Shimano onde fez parte do trem embalador de Marcel Kittel, de onde ganhou grande experiência e conhecimento na arte de levar o pelotão aos extremos da velocidade.

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Adam Hansen (Austrália – Lotto/Soudal)

Estatísticas do atleta.

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O “homem Grand Tour”! Assim é conhecido um dos caras mais inusitados do pelotão! Adam Hansen ainda detém o recorde de participações seguidas em GTs na história, são 12 participações de forma ininterrupta. Hansen ainda possui sua própria marca de sapatilhas de carbono e tem um estilo de vida bastante peculiar.

Começou no MTB onde venceu por vários anos o tradicional Crocodilo Trophy, na Austrália, prova por etapas que cruzam o Outback australiano (savana semelhante a nossa Caatinga nordestina). Fez parte de grandes equipes como a T-Mobile, a Columbia, a Omega-Pharma e desde 2012 está na Lotto belga.

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Hansen é um dos caras mais despojados do pelotão, gosta de treinos longos e de uma boa cerveja. Depois de sua saga na conquista do recorde em participações em GTs, tirou 2 meses de férias, nos quais um mês foi dedicado à escalada do monte Everest, na Índia. Conforme ele mesmo dizia na época, “foi um mês de tranquilidade e refúgio nas montanhas”, muitos tirariam um mês para se recuperar, mas Hansen funciona de outra forma, seu corpo funciona movido a estímulos!

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Aos 38 anos, Hansen parece estar de olho em sua aposentadoria e já mira no desenvolvimento de talentos na Austrália, seja no MTB, seja na estrada. O atleta é muito respeitado em todo o pelotão e continua sendo um dos pilares em vitórias de ciclistas importantes como Caleb Ewan, Andre Greipel e cia!