Tour de France: Pogačar vence em etapa selvagem

Depois de uma etapa caótica desde a largada, pelo segundo dia consecutivo, Tadej Pogačar (UAE-Team Emirates), mostrou que pode ser considerado um dos grandes favoritos a vencer a geral do Tour de France 2020.

Depois de mostrar muita força no dia de ontem, conseguindo recuperar um pouco do tempo perdido na sexta, chegando na frente de todos os adversários, hoje o esloveno, mais uma vez, mostrou estar na sua melhor forma, figurando sempre nos principais movimentos e vencendo a etapa.

Pogačar vence a etapa 9 do Tour de France.

Pogačar, que tem apenas 21 anos, foi o mais rápido no sprint do grupo selecionado formado por Primoz Roglic (Jumbo-Visma), Egan Bernal (INEOS Grenadiers), Mikel Landa (Bahrain – McLaren) e ainda Marc Hirschi (Sunweb), que foi pego no final da etapa, depois de uma fuga solo de cerca de 90 km.

Pogačar, com a vitória, garantiu mais 10 seg. de bônus pelo primeiro lugar. Atrás dele cruzou o novo líder geral do Tour, seu compatriota, Roglic e, em terceiro, Hirschi que acabou tendo que se conformar com o prêmio de combatividade do dia. Uma pena depois de todo esforço do ciclista suíço.

Marc Hirschi foi muito forte e merecia a vitória.

A nona etapa do Tour de France fechou um final de semana incrível. Na sexta, o que era pra ser um dia reservado para os velocistas, terminou por ser um salve-se quem puder, primeiro com o forte ritmo imposto pela equipe do ex-campeão mundial, Peter Sagan, e, depois, pelo forte vento cruzado que acabou fazendo vítimas como Pogačar que estava mal colocado no momento decisivo. Ontem, na primeira das duas etapas nos Pirineus, mais uma etapa alucinante, que teve como ponto alto o ataque de Pogačar para a tentativa, que acabou dando certo, de conseguir de volta algum tempo perdido, e hoje com essa etapa que foi monstruosa desde o principio.

Se você é assinante da ESPN pode ver o replay da etapa aqui.

Assim que foi dada a largada, uma sucessão de ataques e contra-ataques, misturou a disputa por pontos, a classificação de montanha, a classificação de melhor equipe e, claro, a classificação geral. Com isso a média da primeira hora de prova foi de 48,2 km/h e o grande prejudicado de toda essa ação inicial foi o italiano Fabio Aru (UAE-Team Emirates), que acabou sobrando do pelotão ainda no início da etapa e acabou abandonando.

A primeira fuga do dia só teve sucesso na primeira escalada do dia, o Col de la Hourcère, com mais de 60 km de prova. Com 62 km da etapa, Marc Hirschi largou para trás Lennard Kämna (Bora-Hansgrohe) e partiu solo. Kämna se juntou ao grupo que vinha logo atrás, que incluia Warren Barguil (Arkéa-Samsic), Davide Formolo (UAE-Team Emirates), David Gaudu, Sébastien Reichenbach (Groupama-FDJ) e Daniel Martínez (EF Education First).

Pouco depois, juntaram-se a eles duas opções táticas, Jonathan Castroviejo (Ineos Grenadiers) e Omar Fraile (Astana Pro Team).

Quem também tentou sair na fuga, mas não obteve sucesso, foi o francês Thibaut Pinot, que ontem sobrou e tomou mais de 25 min.

A partir daí a Jumbo-Visma tomou o controle do pelotão passando a impor um ritmo forte não deixando que os fugitivos conseguissem grande vantagem.

Depois das duas primeiras subidas, no vale, a caminho do terço final da etapa, Hirschi consolidou uma vantagem de 4’35”. Ele andava tão bem que, no quilômetro 108, dos 153 da etapa, todos os perseguidores já estavam neutralizados ficando somente ele em fuga. Mas com tanto esforço acumulado e com o ritmo mantido pela Jumbo no pelotão, logo a diferença começou a cair.

Tudo se complicou de vez quando os ataques começaram entre os favoritos. Faltando cerca de 20 km para o final ele tinha 2 min. de vantagem, um bom tempo, mas muito justo como acabou mostrando a realidade final da etapa.

Pogačar foi mais uma vez quem iniciou as hostilidades no grupo dos favoritos.

Movimentação dos principais favoritos depois do ataque de Pogačar.
Porte, Uran e mais atrás Quintana, Martin e Mollema tentavam não perder contato.

A batalha de Hirschi

Até a metade da última escalada nos Pirineus, Hirschi dava mostras que poderia alcançar a vitória, mas faltando pouco mais de 20 pro final, já na segunda metade da escalada, Tadej Pogačar fez seu primeiro ataque e isso aumentou demais a velocidade dos principais favoritos da geral. Com o ataque a movimentação passou a ser intensa, Primoz Roglic (Jumbo-Visma), o colombiano Egan Bernal e o espanhol Mikel Landa se juntaram a Pogačar, enquanto Adam Yates sofria e a briga pela camisa amarela se abria.

No topo da montanha mais uma aceleração aconteceu devido a distribuição de bônus de tempo para os primeiros a cruzarem, Hirschi ficou com 8 segundos e Roglic conseguiu 5, cruzando na frente de Pogačar que ficou com os últimos 2 pontos e quase caiu por ir verificar, olhando para trás, o estado dos adversários que tentavam encostar.

Com essa ação a diferença para Hirschi caiu para pouco mais de 30 segundos, mesmo com o suíço fazendo um downhill digno de Nibali ou Sagan.

No final, vendo a aproximação do grupo, a equipe pediu para que o suíço aguardasse e tomasse fôlego para a decisão no sprint, já que, sem dúvida, ele é melhor velocistas do que os que estavam no seu encalço.

A decisão não era ruim, mesmo porque o grupo com Roglic, Bernal, Pogačar e Landa, não podia diminuir o ritmo já que poderiam ser alcançados por um grupo perseguidor que possuía, entre outros, Quintana, Porte, Guillaume Martin e Bardet, então realmente ele seria pego.

Mollema e Urán também chegaram no grupo perseguidor, a 11 seg. dos primeiros colocados.

Mas, apesar de ser a melhor escolha, a situação era critica para Hirschi. Ele estava com 90 km em fuga e, na disputa final, a fadiga nas pernas e o pouco tempo para se recuperar, foram decisivos para que ele não conseguisse a melhor aceleração e fosse batido por Pogačar e Roglic.

Bernal e Landa chegaram cruzaram logo atrás, com o mesmo tempo e o grupo perseguidor chegou 11 segundos depois, o que acabou sendo pouco tempo depois de todos os ataques na escalada decisiva.

Resumo

Amanhã dia de descanso para os ciclistas e na terça o Tour está de volta com mais uma etapa plana, mas que pode ser complicada devido a probabilidade de mais ventos pelo caminho.

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