Domingo terminou o Giro d’Itália 2019, uma grande edição que ficou para a história. Com certeza, a vitória de Richard Carapaz (Movistar) foi uma surpresa, mas uma ótima surpresa. Carapaz foi a revelação do Giro 2018 e confirmou seu talento em 2019, trazendo mais um grande título ao ciclismo sul-americano.
Dentre as estrelas, alguns momentos decidiram a prova, como a queda de Tom Dumoulin e a falta de gregários de Primoz Roglic, que afetaram seu desempenho nas montanhas. De todo modo, Carapaz foi brilhante na grande volta italiana, tendo Mikel Landa como companheiro e leal nos momento de dificuldade, a estratégia da Movistar foi impecável em todos os momentos, sem haver sequer um erro em três semanas de alta competição. Algo impressionante!
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A fraca Jumbo-Visma custou o título a Roglic
Apontado por muitos como o principal favorito dessa edição, Primoz Roglic (Jumbo-Visma) viu seu favoritismo se esvair ainda antes do Giro, com a baixa de seu principal gregário nas montanhas: Robert Gesink, que fraturou a clavícula na Liège-Bastogne-Liège. Todas as fichas de Roglic foram então depositadas em Laurens De Plus, que também abandonou o Giro na primeira semana em decorrência de uma gripe.
Com isso, Roglic teve de se virar com uma equipe jovem e desfalcada, que fez de tudo para que seu líder estivesse em condições de disputar a briga nas montanhas, mas não foi o bastante.
O poder de fogo da Movistar incendiou o Giro!
A dupla Landa-Carapaz andou muito! A começar pela primeira etapa de montanha, na qual Landa andou quase 30km escapado e pegando os ciclistas da fuga um a um, subindo a montanha de 8.5% no volantão, algo surreal. Carapaz deixou para atacar o grupo de favoritos a 5km do final e quase pegou Landa. Ali começou a se construir o poder da Movistar.
Por mais que as outras equipes se esforçavam, quando chegavam nas montanhas, a força da Movistar aumentava, com Antonio Predrero e Carretero, além de um forte Jasha Satterlin no plano, foram a grande atuação de JJ Rojas e cia.
Podemos dizer que Predrero e Carretero foram os gregários mais importantes da Movistar neste Giro, e talvez as maiores revelações da volta. Os dois mostraram um show do ciclismo espanhol, uma demonstração de talento e lealdade que culminou com o título de Carapaz.
A decolagem de Ackermann
Este Giro ainda foi a revelação de um novo velocista alemão. Com a saída de Marcel Kittel de cena, com o final da carreira se aproximando de André Greipel, os alemães aguardavam um substituto à altura de Erik Zabel, e parece que encontraram um grande nome: Pascal Ackermann (Bora-Hansgrohe) venceu a camisa “Ciclamino” deste Giro, que é o título de melhor sprinter e brigou até o último instante com Arnaude Demáre (FDJ).
O título de Ackermann ainda foi um brinde à resistência e à resiliência dos sprinters em jogo, pois eles tiveram que cruzar montanhas monstruosas em busca deste título, haja vista que esse foi um Giro bastante dual: dividido friamente entre etapas planas nos primeiros 10 dias e depois repleto de montanhas nos dias restantes. Muitos velocistas abandonaram.